Quando vimos a noticia de que Bob Dylan tinha ganhado o premio Nobel de Literatura, logo vimos que era uma oportunidade pra homenageá-lo no Vocacional. Fomos consultar o seu mapa astral e, é claro, ele tem tanto os ingredientes para ser um bom musico, quanto para ser um grande poeta. Dylan é americano, nascido em Minnesota em 1941, com o nome de Robert Allen Zimmermann. Neto de imigrantes judeus ucranianos e lituanos, Bob vem encantando as plateias do mundo todo há mais de cinco décadas. Confira sua biografia!
Bob é músico, compositor, ator, pintor e escritor. Considerado um ícone da contracultura, passou a infância ouvindo folk, com dez anos escreveu seus primeiros poemas e, na adolescência ouvia rock and roll pelo rádio. Adorava Little Richards. Aprendeu a tocar harmônica e violão na infância, influenciado pelas músicas de Hank Willians, cantor folk americano; e mais tarde, aprendeu piano e guitarra sozinho. Aos 18 anos entrou na faculdade de Minnesota e, apesar de já ter integrado bandas de rock, voltou-se para a música folk. Dylan dizia que no rock as canções não eram serias e, que ao entrar para o folk, sabia que dali em diante faria canções que refletiriam a vida de forma mais realista, …, preenchidas com mais desespero, mais tristeza, mais triunfo, mais fé no sobrenatural, sentimentos mais profundos, enfim…
Bob passou a tocar numa cafeteria a poucas quadras da universidade e entrou para o circuito folk de Dinkytown: foi ali que passou a se chamar Bob Dylan. Mas logo abandonou a faculdade e mudou-se para Nova York atrás de seu ídolo Woody Guthrie, que estava muito doente. Nos primeiros dias, frequentava o hospital e acabou se aproximando de seu assistente, absorvendo então um pouco do novo repertorio do ídolo.
Mas logo começou a tocar em clubes do Greenwich Village e foi ganhando reputação aos poucos, principalmente depois de uma critica elogiosa no New York Times. No ano seguinte, ao tocar gaita para Carolyn Hester durante a gravação de seu álbum, atraiu a atenção do produtor John Hammond, da Columbia Records, que o contratou para o primeiro disco. O artefato não fez sucesso e o contrato acabou sendo rompido logo.
Em 1962, Dylan mudou seu nome oficialmente para Robert Dylan e contratou Albert Grossman para seu empresário. Apesar do excesso de zelo de Grossman, o que sufocava Dylan, mantiveram-se juntos por quase dez anos. Em final de 1962 fez a primeira viagem ao Reino Unido e tocou pela primeira vez Blowin’ in the Wind. Na ocasião, George Harrison teria comentado que era só coloca-lo e viajávamos… O conteúdo das letras de suas canções e a atitude, era tudo incrivelmente original… maravilhoso.
Em 1963 gravou seu 2º álbum, desta vez pela CBS e foi através dele que começou a firmar o seu nome como cantor e compositor. O disco foi considerado de canções de protesto. Foi por volta dessa época também que suas composições começaram a ser gravadas por outros intérpretes, o que foi ótimo em alguns casos pois a voz de Dylan era uma controvérsia: alguns amavam e outros odiavam. Entre eles estava Joan Baez, que se tornou não só uma protetora e amante, como o levou à popularidade nacional e internacional. Entre outros que o gravaram nessa época podemos citar Peter, Paul and Mary, The Hollies, The Byrds, The Association, além de Manfred Mann e The Turtles. A CBS aproveitou a deixa e lançou campanha cuja frase de efeito era: Nobody sings Dylan Like Dylan.
Entre 1964 e 1966, Dylan tomou outros rumos, abandonando questões sócio-políticas como racismo, guerra fria, injustiça social, guerra do Vietnam para voltar-se a canções mais pessoais, desilusões amorosas, letras mais introspectivas que falavam de amores perdidos, vagabundos errantes, liberdade, viagens e surrealismo. E veio a conquistar reconhecimento com o álbum The Freewheelin Bob Dylan, o segundo com a gravadora Colúmbia Records. O grande sucesso do álbum foi Blowin in the Wind, uma das maiores criações no conjunto de sua obra.
Nos anos seguintes, gravou Mr Tambourine Man e Like a Rolling Stone, sendo essa última depois de envolver-se em polêmicas quando em 1965, no Newport Festival, inseriu guitarra elétrica em suas músicas, desagradando os fãs de folk mais conservadores. Mas foi aclamado pela crítica e ampliou sua influencia entre artistas contemporâneos, lançando nessa fase canções clássicas de seu repertorio tais como: Maggie\’s Farm, Subterranean Homesick Blues, Gates of Eden, It\’s Alright Ma (I\’m Only Bleeding), Ballad of a Thin Man, Just Like a Woman, entre outras,
Em meados de 1966, após uma tumultuada turnê pela Inglaterra Bob sofreu um grave acidente de moto que o afastou dos palcos e gravações até 1968. No seu retorno, surpreendeu o público e a crítica com o álbum John Wesling Hardin, fortemente country, cuja canção de maior sucesso foi o clássico Lay Lady Lay.
Nessa fase, o astro limitou-se a poucas apresentações. Uma das mais importantes foi a participação no Festival da Ilha de Wigth em 1969 e no Concerto para Bangladesh, organizado por George Harrison, em 1971.
Dylan só voltaria às turnês em 1974. Sua produção dos anos 70 não foi muito bem recebida. Apenas algumas canções se destacam If Not For You de 1970, Knockin’ on Heaven’s Door de 1973, Forever Young de 1974. Mas ao voltar às turnês, acompanhado pelo grupo The Band, Dylan retoma ao sucesso com o elogiado disco Before the Flood, de 1974; e na sequencia, produz Blood on Tracks e Desire de 1975 e 1976, respectivamente. No último, a canção hit foi Hurricane.
Um pouco mais tarde, em 1977, entrou em fase bastante controversa e conturbada, após separar-se da esposa com quem vivia desde 1965, Bob converteu-se ao cristianismo e compôs Slow Train Comming, Saved e Shot of Love, aproximando-se dos artistas cristãos.
Já os anos 1980 e 90 não foram períodos lá muito férteis musicalmente e a canção Jokerman foi a que se destacou na década de 80. Com Infidels de 1983, Dylan abandona a fé cristã e retorna às suas raízes judaicas, parecendo ter recuperado o vigor artístico. Bem recebido pela crítica, o álbum é considerado e melhor desde Desire. As apresentações ao vivo, em que volta a interpretar suas canções clássicas, marcam a reconciliação com seu público.
Em 1985 participa do famoso especial We are the World pela campanha contra a fome na África, em companhia de mais 40 artistas internacionais. Depois de longo período com criações sem muito destaque, é realizado em 1992 um show-tributo em grande estilo, com a participação de vários nomes do rock, country e do soul cantando suas músicas: entre outros estão Eric Clapton, Stevie Wonder, Willie Nelson, Lou Reed, George Harrison. E só em 1998 Dylan lança o álbum Time Out of Mind, considerado uma dos melhores trabalhos de sua carreira, com o que ganharia vários prêmios Grammy, uma verdadeira ressurreição artística.
Em 2001, qualidade da nova fase reconfirmada por Love and Theft.
Em 2004, a revista Rolling Stone o elegeu o 7º maior cantor de todos os tempos e o 2º melhor artista da música de todos os tempos, ficando atrás somente dos Beatles. Bob influenciou diretamente grandes artistas do rock americano e inglês dos anos de 1960 e 1970 e continua influenciando até hoje. Em 2012, foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e agora, acaba de ganhar o Prêmio Nobel da Literatura em 2016 por ter criado novos modos de expressão poética no quadro da tradição da música americana. E, assim, Bob Dylan tornou-se o primeiro e único artista na história a ganhar, além do Prêmio Nobel, o Oscar, o Grammy e o Globo de Ouro.
E então, Bob Dylan não é mesmo alguém muito especial? Confira aqui o seu perfil vocacional completo ou aqui o miniperfil vocacional.