Carla Pernambuco

Carla Pernambuco – que apesar do nome é gaúcha – é cozinheira, apresentadora, pesquisadora e sócia-proprietária dos restaurantes Carlota e Las Chicas, em São Paulo.

Carla se autodefine como uma chef multimídia. Estudou comunicação e teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi atriz, produtora cultural, trabalhou em jornais e em agências de propaganda em varias cidades do Brasil.

Pelas incríveis viradas que a vida manda, acabou se especializando em culinária em New York.

Carla Pernambuco faz parte do grupo de chefs que desde os anos 90 vem trabalhando pelo reconhecimento da culinária brasileira. Tem 9 livros publicados, é colunista de várias revistas, é blogueira, empresária, mãe de 3 filhos e apresentadora do programa \”Brasil no Prato\” na FOX.

Astrologicamente, Carla se descreve como sendo uma escorpiana, com Meio do Céu em Gêmeos, o que justifica seus múltiplos interesses. O Vocacional conversou com Carla e reproduz abaixo essa entrevista pra você. Confira!


\"1557598_741243265910021_230065781_n\"[vocacional] – Você estudou comunicação e teatro, foi atriz, trabalhou com comunicação e propaganda e, em determinada altura, deu uma grande virada em sua vida. O que te fez se matricular em uma escola de gastronomia em Nova York?

[C.P.] – A cozinha sempre fez parte da minha vida, seja como uma gourmet doméstica ou como apreciadora. Meu constante desejo de renovar, a vontade (quase compulsiva) de aprender e a oportunidade de ter uma conceituada escola de culinária perto da minha casa em New York foram determinantes.

[vocacional] – Como você mesma afirma, tem múltiplos interesses. Mas quando e como você descobriu que culinária era sua verdadeira vocação?

[C.P.] – Descobri quando fui morar no exterior. Minha casa era ponto de encontro de muitos amigos brasileiros que, eu recebia oferecendo o “gostinho de casa” (matar a saudade comendo uma comida bem brasileira) e apresentando outras novidades que a cosmopolita culinária nova-iorquina oferecia. O meu prazer em servir, somado aos novos aprendizados foram determinantes.

[vocacional] – Depois que você partiu para a culinária, abandonou de vez as outras atividades?

[C.P.] – Nunca. Acrescentei e integrei esta profissão na minha maneira de trabalhar. Passei a ser cliente de mim mesma. Hoje em dia tenho uma estrutura de comunicação que me permite dar suporte de forma consistente e profissional a todo o leque de atividades que compõe minha atuação no cenário da culinária.

\"1926930_753889431312071_7863724097954524737_n\"[vocacional] – Quanto tempo levou pra que você mesma reconhecesse que já tinha um estilo e um know-how próprios, a ponto de abrir o seu primeiro restaurante?

[C.P.] – Três anos.

[vocacional] – Você pode contar pra gente como faz pesquisa

[C.P.] – Pesquisa é uma das ferramentas da observação. Existem muitas maneiras de investigar. Alguns assuntos requerem estudo aprofundado e metodologia científica, outros é uma batida de olhos. Leitura atualizada (livros, revistas especializadas e colunas em jornais de grande circulação mundial) são imprescindíveis. Hoje em dia (coisa de alguns anos) as redes sociais e a disponibilização de conteúdos na Internet exigem um dedicação muito grande, seja para acessar informações pertinentes, como para garimpar o que serve e o que não serve. Além disso, estou sempre me atualizando com bons cursos. Mas como fonte inesgotável de cultura e inspiração, viajar é a pedida.

[vocacional] – Você pode contar pra gente como é o seu dia a dia?

[C.P.] – Acordo as 6h da manhã para responder meus e-mails, em seguida faço pilates ou alguma outra atividade física, depois vou para o Carlota ver o andamento da cozinha antes do almoço abrir. No horário do almoço, passo no Las Chicas e as 14h30 retorno ao meu Studio para testar receitas. Regularmente tenho alguma reunião fora para tratar de business ou do desenvolvimento de algum projeto. Costumo fazer reuniões-jantares ou ainda receber e cozinhar no meu Studio (espaço para eventos).

[vocacional] – Você dá ou já deu aulas de culinária?

[C.P.] – Também, dentro de minha rotina, dou aulas, monto workshops e dou palestras

[vocacional] – E em sua casa, você pratica a culinária com arte? Sua família gosta de novidades ou prefere o trivial?

[C.P.] – Minha família e os meus amigos são muito exigentes, gostam de receitas saudáveis e qualidade. Dentro dessa linha, utilizo essa minha Net-Love, para testar e ajustar novas receitas.

[vocacional] – Sabemos que você hoje é reconhecida em todo o Brasil. A exposição no programa O Aprendiz colaborou para isso?

\"1797387_739297716104576_1565208153_n\"[C.P.] – A experiência no programa “O Aprendiz”, tinha como objetivo principal (pra mim), pegar um pouco do traquejo necessário numa TV aberta. Isso me foi útil para ajustar meus roteiros e minha postura frente as câmaras no “Brasil no Prato” (que faz parte de meu foco de interesse).  Essa aparição não teve impacto na minha visibilidade. Eu só fui chamada para integrar a equipe do programa por (já) ter visibilidade nacional.  Eu me tornei conhecida, graças aos meus 25 anos de carreira trabalhando como cozinheira, minhas publicações e as três temporadas na Fox. E não por ter participado durante 6 meses no Aprendiz.

[vocacional] – Como você concilia o fato de ser dona de restaurante e praticar gastronomia na sua essência?

[C.P.] – Uma coisa é decorrência da outra. Como dona de restaurantes tenho que ser empreendedora e administradora. Dentro de viés, a gastronomia é o grande produto e é ai que essa “essência”  tem que ser tratada com primazia em todos os requintes que fazem parte dessa atividade.

[vocacional] – Você tem desejo ou projeto de fazer algum outro tipo de atividade dentro da gastronomia?

[C.P.] – Tenho sim, desenvolver uma linha de produtos saudáveis. É uma ideia antiga que tenho e, que a cada dia que passa, desenha a identidade desse nicho

[vocacional] – O que você diria para as pessoas que descobriram a vocação para “chef”, mas ainda não “caíram de cabeça”?

[C.P.] – Vale colocar na balança prós e contras, se no momento da sua vida vale investir nessa carreira como profissão. É um trabalho duro, difícil e que requer muita dedicação. Se for bem feito, traz resultados. Mas antes de tudo requer o talento necessário. Tem que ter vocação.

[vocacional] – Pra finalizar, pode enviar pra gente uma sugestão ou receita legal pro dia a dia da moçada que sai de casa cedo, seja pra trabalhar, ir pra escola/cursinho/faculdade e passa o dia na rua?

[C.P.] – Eu sou fã de uma marmitinha com um sanduíche saudável e uma “saladinha esperta” com grãos frutas e legumes. Os “Bentos” são uma realidade mundial que adaptou a falta de tempo a uma alimentação saudável com custo muito acessível.