Felippe Crescenti, arquiteto e cenógrafo, é formado pela FAUUSP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e trabalha com arquitetura residencial, comercial, arquitetura de interiores e cenografia para teatro, cinema, festas e eventos. Veja abaixo a entrevista com esse renomado e premiado arquiteto paulistano.
VOC – Olá Felippe, é um prazer tê-lo conosco aqui no site Vocacional.
FC – Pra mim também é.
VOC – Pra começar, conte pra nós o que é que você faz hoje e como.
FC – Eu atuo em varias áreas como arquiteto, tais como projeto de residências, lojas, restaurantes, galerias de arte, arquitetura de interiores para residências, apartamentos, lojas e escritórios e ainda como cenógrafo fazendo cenários para teatro, ópera, dança, cinema, exposições, festas e eventos.
VOC – E você sempre trabalhou assim, diversificadamente, ou chegou nesse estágio com o tempo e a experiência?
FC – Eu me formei para ser revitalizador e trabalhar junto ao Patrimônio Histórico. Nesse meio tempo, amigos me chamaram para desenhar um cenário para dança e por ali fiquei. Em paralelo me associei a um amigo, o designer Carlos Ziccardi e começamos a projetar lojas e interiores de residências e apartamentos. Naquele tempo ainda participei de projetos de exposições, a primeira delas foi a 18ª Bienal de São Paulo. Comecei a projetar residências só algum tempo depois.
VOC – E qual é a sua formação?
FC – Sou Arquiteto formado pela FAUUSP.
VOC – E quando você era jovem e estava em fase de decisão de curso, faculdade ou carreira, teve alguma dúvida por algum outro caminho? Se teve, qual foi e o que o fez decidir pela Arquitetura?
FC – Não sei bem como decidi estudar arquitetura, sempre fui curioso sobre o assunto. Meus pais tinham um amigo italiano, o arquiteto Carlo Fongaro, responsável por projetos para amigos nossos e ele desenhava moveis para a Probjeto. E eu, curioso, conversava com ele e achava tudo muito interessante. Eu entrei na faculdade para desenhar objetos, o desenho industrial dinamarquês e alemão me fascinavam.
VOC – Então conte pra gente como foram seus primeiros anos de atividade na área de arquitetura? Em quais profissionais, artistas, modelos você se inspirava?
FC – Eu tive uma boa formação na FAU e alguns professores que me inspiravam, ainda me inspiram, tais como Eduardo de Almeida, Haron Cohen, Renina Katz, Flavio Império, Benedito Lima de Toledo. Sem duvida esqueci alguns outros. Dos arquitetos que conheci pelos livros meus favoritos são: Mies Van Der Rohe e Carlo Scarpa, entre muitos.
VOC – Você pode dizer que teve um grande desafio, experiência ou fase que tenha sido muito marcante na sua carreira?
FC – Conhecer, pelas mãos do diretor José Possi Neto, o teatro, o palco e suas possibilidades, aprender a magia e o respeito por aquele oficio, foi magnífico.
No teatro pode-se colocar o Sol, o Astro-Rei, aonde quiser, fazer anoitecer, chover, aparecer e desaparecer! É muita coisa para um arquiteto projetar em função dos movimentos do Sol e do clima.
VOC – Há algum outro evento marcante que você gostaria de nos contar?
FC – A primeira Bienal, a primeira Residência, a primeira Loja. Os primeiros projetos são bem desafiadores e os que se seguem… Continuam sendo!
VOC – Conte pra nossos internautas como é o seu cotidiano? Você trabalha só ou tem uma equipe?
FC – Eu trabalho num escritório e concentro minhas atividades ali. Trabalho com arquitetos colaboradores setorizados por áreas: arquitetura comercial, arquitetura residencial, equipe para desenvolver e produzir interiores e equipe para os trabalhos de cenografia. Eu dou as diretrizes, definindo cada projeto para que as equipes os desenvolvam. Minha participação é constante e a colaboração das equipes é bem vinda e imprescindível.
VOC – Tem alguma outra área da Arquitetura em que você gostaria de atuar? Ou até em outra área de atividade?
FC – Eu gostaria de desenhar e desenvolver móveis e objetos. Já faço isso direcionado a um projeto específico mas, seria um outro passo desenhar produtos diretamente para o publico em geral.
VOC – Como é o seu lazer?
FC – Tenho necessidade de ócio contemplativo, por isso gosto de ir à praia sem ter nenhuma obrigação com nada. Gosto de comer com amigos, ver filmes em salas sem telefones celulares, bom teatro, opera, dança ou concerto. Visitar museus é inspirador, especialmente as alas de objetos e utensílios, sejam eles da época que forem.
VOC – E quais são seus projetos futuros?
FC – Continuar trabalhando e aprimorar o que faço. Buscar o melhor seja na área que for.
VOC – Tem alguma dica ou conselho que você possa dar pra alguém que está escolhendo, estudando, ingressando nessa área ou tudo isso junto?
FC – É preciso amar o que se faz, seja o que for. Se você sabe admirar com curiosidade os espaços que frequenta, se você acredita que cada objeto possa ser impregnado de vida pelo ser criador e se você quer contaminar as pessoas com esses valores acho que poderá ser um bom profissional. O resto se conquista.
VOC – Muito obrigada, Felippe, por seu tempo e simpatia.
FC – Espero que minhas respostas ajudem alguém a achar seu futuro.