Johnny Glövez

Vocacional foi ao Rio de Janeiro entrevistar Johnny Glövez, um dos DJ’s mais bem sucedidos daquela cidade. Ele nos recebeu em sua casa, bem à vontade. Confira abaixo o nosso papo.

DJ é uma 5 ou 6 das profissões, que ultimamente estão eclodindo. É sempre interessante examinar esses fenômenos acontecerem, fruto da evolução da própria vida, da humanidade, das coisas novas que a gente vai fazendo… E o Johnny Glövez está aqui conosco hoje para contar um pouquinho sobre a vida de um DJ.


– Johnny, quantos anos você tem?

– Tenho 25 anos.

– Legal, obrigada, obrigada por estar aqui com a gente.

– É um prazer.

– Prazer nosso. Bom, o Johnny, pelo que eu sei,você não tem esta formação originalmente. O que você estudou?

– Estudei desenho industrial na Puc aqui do Rio – mesma coisa que design.

– Quando você começou a cursar isso,você já pensava em fazer música ou..

– A música sempre esteve muito presente, muito forte na minha vida, toco bateria, guitarra, enfim, outros instrumentos, desde pequeno. Eu sempre quis ter banda e tal,mas nunca a música eletrônica foi um dos meus gêneros favoritos. Acabei entrando sem querer e depois eu comecei a gostar, comecei a tocar de bobeira, sem pretensão. Aí os amigos gostaram, me chamaram pra tocar numa festa, depois numa boate, e quando eu vi, eu era DJ.

– E isso foi acontecendo durante a faculdade de design?

– Foi, durante a faculdade. Mais ou menos na metade da faculdade.

– E quando foi que caiu a ficha pra você que você fazia isso com o coração e curtia fazer?

– Ah, desde as primeiras vezes eu já adorava, me divertia muito, tinha o maior prazer em fazer, e comecei a ganhar dinheiro. Eu nunca fiz isso para ganhar dinheiro, fiz porque eusempre gostei muito de música…  e consequentemente eu acabei ganhando dinheiro, bem mais do que eu esperava. E, quando eu vi falei, pô, como eu sempre quis trabalhar com música, ser uma banda é bem mais difícil, ser DJ é uma realidade mais…

– Então, quando você tocava bateria, tocava baixo, outros instrumentos, guitarra e tal, que gênero de música era? Já era rock?

– Ah, sempre foi rock, ou derivados de rock, metal. Já tive uma banda de reggae, de blues, mas a maioria das vezes era rock, o que eu mais gostava e adoro até hoje.

– Mas aí o Dj tem uma coisa mais especial que é a coisa do eletrônico mesmo, né?

– A música eletronica é muito abrangente, dá pra fazer uma música mais calma, uma mais pesada, uma que lembra rock, uma que lembra reggae, uma que lembra samba, dá pra fazer de tudo.

– Daí não é só uma questão de gênero. É uma questão de ritmo, você tem um tipo de ferramenta que te permite se expressar em vários gêneros musicais…

– É, não tem limite, o importante é fazer o pessoal dançar. Então é isso, não tem muito mistério. A música eletrônica é muito verdadeira, vários gêneros diferentes…

– Isso significa que primeiro você tem um sistema, que coloca músicas e vai editando e, ao mesmo tempo ter uma música eletrônica que você toca. Porque eu já ouvi este termo por aí: eu vou tocar numa sessão, enfim como dj.

– Tem o dj que toca música e tem o produtor musical. São coisas distintas e podem se complementar. Hoje em dia muitos djs são produtores musicais, o cara faz a própria música pra poder tocar.

– Ah, legal. Quer dizer, na verdade há um tipo de composição nisso…

– É, você pode ser só DJ ou pode ser só compositor musical, mas o mercado tem mais oportunidade para quem é produtor musical e DJ.

– Que mistura, faz uma espécie de uma criação ali, uma composição.

\"johnnycica\"– É, porque às vezes o produtor musical só faz a música mas não toca e outros DJs tocam a música dele. E tem o  dj que não tem música própria, que só toca a música dos outros. Então, quando você é produtor musical e dj – você toca suas músicas – aí é outra coisa, você é um artista.

– E porque chama produtor musical e não compositor? Porque é a mesma coisa, tá certo, só que parte de outras premissas…

– Não, porque o produtor musical tem mais a parte técnica, a parte que é de…

– Produzir mesmo, a edição da coisa é muito importante…

– O Produtor Musical Eletrônico é meio que um compositor, produtor, engenheiro de som,

– Editor

– Tudo. Ele faz tudo.

– Diferente de só compor a música…

\"jgdj\"– Quando você é um artista de música pop, você compõe a música e tem que contratar músicos para gravar. E tem o compositor musical para juntar tudo, fazer o arranjo, por aí vai. No meu caso, eu faço tudo.

– Será que é produtor musical ou criador musical? Talvez este nome seja um pouco reducionista para o que vocês fazem?

– É, evoluiu bastante. Talvez o ideal seja  criar um termo novo. Hoje em dia, não gosto muito de chamar o cara de DJ. É um artista de música eletronica, que toca a música dele e dos outros. Cada vez mais os DJs são os novos Rockstars.

– Então esta sua função é você ir numa festa, pôr o som pra tocar e a moçada pra dançar. Mas até você chegar lá tem uma coisa que você faz no seu dia a dia, obviamente para preparar este momento. Como é esta preparação, este dia a dia, até você chegar lá e realmente executar o seu trabalho?

– É ouvir muita música, pesquisar músicas… ver o que funcionaria em uma certa boate, uma certa festa, tem que trabalhar em imagem, fazer o marketing…, tem agentes e empresários, que ajudam com a agenda. É isso, pesquisar, criar, ver a logística de shows, agenda…

– O produtor tem que ter o repertório…. tem o repertório de um casamento, de uma festa de aniversário, tem o repertório de uma boate…

– Muitas vezes, como no meu caso, eu vou, começo a tocar e a sentir a pista. E quando você que dá, você toca… Eu não vou tocar a mesma música numa festa de música eletrônica e num casamento.

– Outro dia eu fui num casamento que tinha um dj, e a maior música eletrônica rolando. Eu até estranhei mas no final deu super certo.

– Eu toco música eletrônica em casamento, mas não é o mesmo tipo de música eletrônica que eu tocaria num festival, numa boate. É uma coisa mais simples. Num casamento, às vezes tem gente mais nova, mais velha, tem que agradar todo mundo, um pouco menos segmentado.

– Johnny, você é bem remunerado?

– Sou.

– E Johnny, você está contente com que você faz?

\"johnnyso\"– Tô muito feliz, tô buscando mais sempre, mas estou satisfeito…

– E me diz uma coisa: quanto tempo demorou para você chegar nesse ponto, agora que você já é um cara procurado aqui no Rio, com bastante sucesso…

– Desde que eu comecei sério mesmo… uns dois anos. Eu me dediquei, larguei tudo, foquei nisso. Eu já estou em música desde os dez anos de idade. Bem, se pensar desde o começo, na verdade não posso falar que foi em dois anos, nem falar que foi 10 ou 12, é no meio disso.

– Digamos que é a curtição de muito tempo.

– Johnny, quais são seus planos de futuro?

– Continuar… e cada vez mais, tocar. Já toco no Brasil inteiro, já toquei fora, toquei na Europa, nos Estados Unidos, e quero cada vez mais aumentar os meus…

\"452_816-image[4]\"– Eu tinha ouvido uma história de que tinha um disco pra sair?

– Um disco não, um single, estamos acertando com uma gravadora e espero que seja em breve.

– Então que você tenha todo o sucesso do mundo. Você sabe que a gente tá fazendo a entrevista para um site vocacional… Você acha que o que você faz, faz com o coração?

– 100%.

– Por isso que dá certo?

– Eu faria até de graça.

(Risos)

– Tá bom querido, muito obrigada. E sucesso!!!